Por Gabriel Pinheiro
A programação desta tarde de sexta no 12.º Fliaraxá foi dedicada à poesia, com mesas e apresentações tanto para o público adulto quanto para os pequenos.
Dando início, o Auditório 1 recebeu a mesa “Reflexões sobre livros e poesias”, com Mayron Engel, Sérgio Braga e Júnia Paixão e mediação de Íris Santiago. Íris deu início à mesa convidando o público para uma experimentação: a plateia presente foi convidada a manter os olhos fechados durante as apresentações e as audiodescrições dos convidados: “Esse experimento é um exercício de empatia”.
Na sequência, temas como a inclusão, a acessibilidade e a diversidade dentro do campo literário marcaram presença na conversa. “A diversidade dentro da arte vai nos dar pontos de vista diferentes. Quanto mais rica essa arte se torna, mais rico pode ser o nosso futuro”, destacou Sérgio Braga. Convidado da mesa, Mayron Engel é um artista multifacetado, trabalhando em diversas frentes, como a literatura, o circo e o teatro. “A arte tem que tocar o outro”, declarou o multiartista.
A poeta Júnia Paixão comentou sobre a importância do livro e da poesia e como eles chegam na própria comunidade. “A literatura e a poesia me transformaram muito. A partir do momento em que mergulhei nesse mundo, eu quis oportunizar essa experiência para outras pessoas, especialmente jovens e crianças.” Para Junia, a poesia é um estado de espírito: “É mais do que o texto, é uma forma de perceber a poesia que existe ao seu redor”.
Enquanto isso, no Auditório 2, Giba Pedroza encantou o público infantil na mesa “Histórias, poesia e emoção”, com mediação de Leo Cunha. Com muita contação de histórias, os pequenos foram convidados a imaginar histórias e personagens, transformando a normalidade do dia a dia em um terreno rico para a poesia florescer.
Giba contou para a criançada histórias de seu livro “A lenda do preguiçoso e outras histórias”. “No seu caminho daí pela vida agora, tudo aquilo que te encantar, tudo aquilo que te assombrar, guarda com você, pois pode virar uma boa história para conversa”, concluiu uma das histórias. Na sequência, ele leu uma poesia que dá voz ao medo, que se apresenta para as crianças: “Meu nome é medo/ mas não sou seu inimigo/ posso até andar do seu lado/ e te proteger do perigo”.
Por fim, a mesa “Poesia que se renova” recebeu Erivelton Ferraz, Nicole Lima e Ana Luiza Melo, com mediação de Victória Akel. “Todo escritor tem um pouco de leitor”, comentou Victoria logo no início da conversa. Ela, entao, perguntou aos convidados o que eles têm lido, quais as referências literárias em seus respectivos trabalhos. Nomes como Conceição Evaristo, Paulo Leminski e Nicolau Maquiavel marcaram presença nas falas dos convidados.
Numa conversa permeada pelo olhar poético, os convidados contaram sobre suas experiências no campo da poesia. Ana Luiza comentou ter começado os primeiros versos ao 6 anos: “Nunca mais parei”. Nicole também rememorou os tempos de infância, os tempos de escola. Onde todos os cantos dos cadernos escolares eram espaço para a escrita poética. Já Erivelton viu a necessidade de deixar algo escrito a partir da experiência na pandemia: “Eu vejo na poesia um caminho para transmitir meus sentimentos”.
Sobre o Fliaraxá
A CBMM apresenta, há 12 anos, o Festival Literário Internacional de Araxá, um festival literário com atividades acessíveis, inclusivas, antirracistas, éticas, educativas e em equilíbrio com a diversidade, economia criativa, raça, gênero e pessoas com deficiência. Toda a programação é gratuita, garantindo a democratização do acesso. O Fliaraxá tem, também, o patrocínio do Itaú, da Cemig e do Bem Brasil, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Participam, na qualidade de apoio cultural, a Prefeitura de Araxá, a Fundação Cultural Calmon Barreto, a TV Integração, a Embaixada Francesa no Brasil, o Institut Français e a Academia Araxaense de Letras. Todas as atividades do Festival são gratuitas, com a curadoria nacional de Afonso Borges, Tom Farias e Sérgio Abranches e curadoria local de Rafael Nolli, Luiz Humberto França e Carlos Vinícius Santos da Silva.
Serviço
12.º Festival Literário Internacional de Araxá – Fliaraxá
De 19 a 23 de junho de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Programação presencial na Fundação Cultural Calmon Barreto (Praça Artur Bernardes, 10 – Centro), e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliaraxa
Entrada gratuita
Informações para a imprensa: imprensa@fliaraxa.com.br
Jozane Faleiro – 31 99204-6367/ Letícia Finamore – 31 98252-2002