Monja Coen sempre nos presenteia com falas que acalmam corpo e mente. Pela terceira vez no Fliaraxá, ela participou da abertura desta edição na mesa com o tema “Paciência – um dia de cada vez”. A partir da experiência própria, deu conselhos sobre como se manter centrado e como buscar alternativas para passar por momentos de pandemia, isolamento social e a lidar com todas as consequências que esse período pode trazer.
“Quando começou a pandemia, eu estava viajando já de máscara e luvas por medo no avião. Ao chegar para a palestra, fui comunicada do cancelamento. Então, voltei para São Paulo. Assim começou um processo físico, mental e social. De repente, ficou tudo silencioso”, relembra. A primeira lição da fala foi essa: o silêncio pode ser gostoso ou assustador, depende de como o enxergamos. Provavelmente isso foi sentido por muitas pessoas, e cada uma lidou de uma forma. “Agora, está tudo voltando. Crianças e adultos na praça, trânsito, aglomerações, etc. Estamos em um beco sem saída”, refletiu a Monja.
Viver o momento
Por mais que pareça difícil, uma saída proposta por Coen é entender e viver o momento. “Se não apreciarmos cada instante, tudo isso não vai fazer sentido. Não é possível ficar esperando acabar para ser bom, ou ficar olhando para trás porque antes era melhor. Não posso acelerar o movimento do planeta Terra para passar por isso mais rápido”, explica.
Ela ainda deu uma ajudinha. Mesmo on-line, realizou a tradicional Respiração Consciente, uma atividade rápida de respiração guiada para sentir o corpo e o ambiente.
Novos trabalhos
A produção não parou mesmo em tempos de isolamento. Monja Coen está no processo de produção e lançamento de aproximadamente seis livros em 2020. Um deles já está disponível de forma independente. Em um formato parecido com cordel, o livro “Vírus” é um relato reflexivo de Monja Coen sobre o papel da sociedade na construção de um mundo melhor. Ela deixou disponível o volume gratuitamente no lançamento e foram adquiridos cerca de 6 mil exemplares.
Confira o trecho de abertura do livro:
Minúsculo e gigantesco / Faz a terra parar / As sociedades humanas deixam de se atacar / O vírus tão insignificante / Supera o grande gigante.
Acesse aqui a programação completa.
SOBRE O FLIARAXÁ
O Fliaraxá foi criado em 2012 pelo empreendedor cultural e diretor-presidente da Associação Cultural Sempre um Papo, Afonso Borges. As cinco primeiras edições aconteceram no pátio da Fundação Calmon Barreto e, a partir de 2017, o festival passou a ocupar o Tauá Grande Hotel de Araxá, patrimônio histórico do Estado de Minas Gerais, edificação construída em 1942. Naquela edição, nasceu também o “Fliaraxá Gastronomia”. Cerca de 140 mil pessoas passaram pelo festival. Mais de 400 autores participaram da programação.
IX FLIARAXÁ – FESTIVAL LITERÁRIO DE ARAXÁ – 28 DE OUTUBRO A 1.º DE NOVEMBRO DE 2020
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Texto por Jaiane Souza/Culturadoria