O Festival Literário de Araxá – Fliaraxá –, em sua décima edição, estreita os laços com a Academia Araxaense de Letras, trazendo a entidade cada vez mais próxima ao evento, seja por meio da participação de seus autores-membros nas mesas de debates, seja pela participação ativa no Festival. Nesta edição, uma das ações da academia é a seleção de novos embaixadores, título concedido a um seleto grupo de autoridades e personalidades do Município para que possam, junto à organização do evento, serem representantes oficiais, com o intuito de disseminar o objetivo do Festival: o incentivo ao hábito da leitura.

Para esta edição comemorativa dos 10 anos do Fliaraxá, o Festival traz, como Autora Homenageada Local, Vilma Cunha Duarte, da Academia Araxaense de Letras, em respeito aos seus 40 anos de carreira literária. Ela é poeta, repentista e cronista, com seis livros publicados, além de e-books e participações em diversas antologias.

Vilma Cunha Duarte conta, na entrevista abaixo, detalhes da sua trajetória, da arte de escrever crônicas, do seu amor pela poesia, fala ainda da importância do tema do Fliaraxá “Abolição, Independência e Literatura” e da sua expectativa para o festival.

Qual é o seu sentimento ao saber que será a Autora Homenageada Local do Fliaraxá?

De surpresa e gratidão. Homenagem superimportante de reconhecimento ao meu trabalho literário pela curadoria de um dos mais importantes festivais de literatura do Brasil. O que me emociona e me responsabiliza. Agradeço e estou muito feliz.

Sua trajetória na literatura é muito rica. Fale um pouco sobre sua vida literária.

Comecei a escrever muito novinha tudo que me pediam, como a Dora do filme Central do Brasil. Discursos, cartas, telegramas, cartões, números para festas escolares, coroações… Isso ajudou a desenvolver a minha criatividade. Em 1984, tive minha primeira crônica publicada no Correio de Araxá. De lá para cá, foram mais de 1.500 crônicas, durante 38 anos. Escrevo em todos os sábados, sem nunca ter faltado uma semana sequer.

Você é apaixonada por poesia e vive intensamente este amor, que é traduzido nos livros, nos jornais e nas redes sociais. Como é isso?

Um estado de graça. Quando meu marido, o amor da minha vida, morreu em 1995, e fiquei desesperadamente só, agarrei-me à poesia de corpo, alma e coração. O amor intocado por ele virou poesia, que transborda no meu peito. Em vez de revoltada e neurótica, fiquei poeta. A poesia me salvou.

A Academia Araxaense de Letras terá uma participação ainda maior este ano no Fliaraxá. Afinal, é onde temos expressiva representatividade da cultura local. Na sua opinião, é um reconhecimento?

É um reconhecimento. E muito bem-vindo. A parceria do Fliaraxá com a Academia Araxaense de Letras – AAletras – tem crescido e cimentado valores culturais araxaenses. Ganham a cultura e os autores locais. Temos curadores Acadêmicos e me senti muito gratificada, também como Acadêmica, em ser escolhida como “Autora Homenageada Local” da décima edição desse grande evento literário. Muito bom aplaudir a AAletras, prestigiada por Afonso Borges, por curadores e por mentores do Fliaraxá.

Há 38 anos, você escreve crônicas para o Correio de Araxá e, no Festival, fará uma mesa sobre a arte de escrever crônicas. Qual é a sua expectativa?

A melhor possível. Vou me sentir em casa, falando sobre o que amo fazer. Escrever crônicas é conversar toda semana carinhosamente com meus leitores do Correio de Araxá, onde temos uma interação bonita. Também centenas deles interagem comigo nas publicações constantes das redes sociais.

Que mensagem você deixa pra o leitor e para o araxaense?

Queridos, prestigiem o Fliaraxá.  Muito importante ter um evento de renome em nossa cidade. Estarão prestigiando também autores araxaenses, regionais, grandes nomes da literatura brasileira e dos países de língua portuguesa. Teremos grandes momentos na esperada décima edição do Festival. Apoio e presença engrandecerão o esperado encontro dos que gostam de enveredar pelos mágicos caminhos da literatura.