
Moçambique é um dos países mais diversos linguisticamente. Ao todo, são mais de 20 idiomas falados no território, além do português como língua oficial desde 1975, ano da independência do país.
O português é falado por pouco mais da metade dos habitantes, cerca de 50,4%. Mesmo assim, muitos usam as línguas que fazem parte do banto, ramo linguístico com mais de 600 variações. Para compreender melhor essa rede de línguas nativas, precisamos antes saber um pouco mais da história.
Entre o século I e o século V, os povos bantos começaram a migrar para a região onde hoje é Moçambique. Trata-se de um grupo etnolinguístico que começou a se expandir pela África há mais de quatro mil anos. Dessa forma, as 600 línguas citadas também se expandiram e modificaram/introduziram novas características ao entrar em contato com outras, inclusive o português. Atualmente, algumas das línguas nativas mais faladas são macua, changana e elomwe, todas de origem banta.
O português
Assim como no Brasil, os portugueses chegaram a Moçambique por volta de 1500, que, até então, era dominado comercialmente por árabes. Dessa forma, Portugal passou a dominar a rota marítima da região e introduziu também a política e a cultura por lá. A partir da década de 1530, garimpeiros e comerciantes adentraram para o interior do país. Assim, o português também foi difundido em meio a outras línguas e entre outros povos.
Mesmo antes da independência de Moçambique, em 1975, o português já era a língua usada em situações formais, como em tribunais, pelas autoridades e pelas forças armadas. Vale ressaltar que muitas línguas morreram com os seus falantes. Isso aconteceu devido à imposição do português, da exploração e da colonização de vários países.
Características
O português falado em Moçambique assemelha-se ao de Portugal, mas, como não poderia deixar de ser, tem muitos regionalismos e sotaques. Dependendo da região do país, a língua é influenciada pelos idiomas nativos e incorpora palavras. Mais ao sul, por exemplo, as palavras tendem a ser mais nasalizadas; em outras, algumas consoantes mudam como o “b” e o “p”, ou o “t” e o “d”.
Dicas
A Folha de São Paulo fez um especial que reúne histórias e curiosidades sobre a língua portuguesa. Neste artigo você encontra mais informações sobre Moçambique.
O youtuber Marcelino Francisco tem um canal exclusivo para falar sobre Moçambique. Neste vídeo ele comenta sobre diferenças do português falado no dia a dia no Brasil e em Moçambique.
Teve também um Globo Repórter exclusivo sobre o país. Além de falar sobre a língua, contou curiosidades, falou da fauna e da flora. Veja aqui.
Moçambique no Fliaraxá
Os escritores presentes neste ano são Mia Couto e Ungulani Ba Ka Khosa. Mia Couto participa da mesa “O futuro das Almas e do Planeta”, ao lado de Ailton Krenak, em 1.º/11, às 18h. Ele é vencedor do Prêmio Camões e um dos principais autores da contemporaneidade.
Ungulani Ba Ka Khosa participa da mesa “Entrelinhas da violência: escrever e denunciar”, com Itamar Vieira Júnior e Luís Cardoso (1.º/11, 17h). O autor já atuou como cronista em jornais, é cofundador da revista literária Charrua, diretor-adjunto do Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual de Moçambique, diretor do Instituto Nacional do Livro e do Disco e secretário-geral da Associação dos Escritores Moçambicanos. Venceu prêmios literários, como o Josepe Caveirinha, o BCI de melhor livro do ano e foi condecorado pela contribuição no enriquecimento das letras moçambicanas e divulgação do país.
Acesse aqui a programação completa.
SOBRE O FLIARAXÁ
O Fliaraxá foi criado em 2012 pelo empreendedor cultural e diretor-presidente da Associação Cultural Sempre um Papo, Afonso Borges. As cinco primeiras edições aconteceram no pátio da Fundação Calmon Barreto e, a partir de 2017, o festival passou a ocupar o Tauá Grande Hotel de Araxá, patrimônio histórico do Estado de Minas Gerais, edificação construída em 1942. Naquela edição, nasceu também o “Fliaraxá Gastronomia”. Cerca de 140 mil pessoas passaram pelo festival. Mais de 400 autores participaram da programação.
IX FLIARAXÁ – FESTIVAL LITERÁRIO DE ARAXÁ – 28 DE OUTUBRO A 1.º DE NOVEMBRO DE 2020
Transmissão virtual 24 horas pelos canais:
Texto por Jaiane Souza/Culturadoria