
Concepção é da designer gráfico araxaense Marlette Menezes
Norteado pelo tema “Abolição, Independência e Literatura”, o 10.º Festival Literário de Araxá –Fliaraxá –, que acontece entre 11 e 15 de maio, apresenta uma identidade visual repleta de simbologias originárias da África. O propósito desta edição, marcada por duas importantes efemérides – o 13 de Maio, Dia da Abolição da Escravatura; e o ano do bicentenário de Independência do Brasil – é justamente o de debater o legado da escravidão e a história da formação do país.
Todas as peças gráficas que compõem a identidade visual desta edição do Fliaraxá foram baseadas no Adinkra, um conjunto de ideogramas africanos. Composto por mais de 90 símbolos ideográficos, o Adinkra – que significa “adeus à alma” – é um antigo sistema de escrita criado pelos povos akan, da África Ocidental, que hoje habitam Gana e a Costa do Marfim. Representando animais, plantas, objetos, astros, entre outros, estes símbolos são utilizados, atualmente, como uma forma de recuperar, difundir e valorizar a riqueza presente nos ideários e nas tradições africanas.
O principal ideograma Adinkra que norteia o Fliaraxá é o “Sankofa”, representado tanto por um coração estilizado quanto por um pássaro que olha para trás e carrega uma semente no bico. Os dois símbolos remetem à importância de se aprender com o passado para a construção do presente e do futuro.

Ideogramas do “Sankofa”, no sistema de escrita Adinkra
A designer gráfico araxaense Marlette Menezes, responsável pela concepção da identidade visual do 10.º Fliaraxá, conta que, quando criança, ela já conhecia e desenhava o “Sankofa”. “Não me recordo como, nem onde aprendi, mas devem existir outras pessoas de Araxá que também fizeram o desenho na infância. Isto me deixa bastante curiosa sobre a relação que este símbolo pode ter com aspectos da origem da cidade”, comenta.

Marlette Menezes, autora da identidade visual do 10.º Fliaraxá (Foto: Flavia Peluzzo)
Os outros ideogramas Adinkra presentes nas peças gráficas desta edição do festival são o “Mate Masie”, que faz referência à sabedoria, ao conhecimento e à prudência; o “Nkyn Kyin”, que traz a ideia das mudanças internas e da necessidade de adaptação às reviravoltas da vida; o “Osrane ne Nsoroma”, que é o símbolo da fidelidade e da sinceridade; e o “Ananse Ntontan”, da criatividade, engenho e complexidade da vida.
Segundo Marlette, além de utilizar como mote os símbolos Adinkra, a identidade visual do 10.º Fliaraxá faz uso de uma paleta de cores em tons secos, “com o intuito de causar um certo estranhamento”. Para a designer, seu campo de atuação tem relação direta com o campo literário. “Considero incrível o encontro da literatura com o trabalho do design gráfico; além de ser de Araxá e estar na cidade neste momento em que a cidade se prepara para receber a décima edição do Festival”, afirma.
Sobre o Fliaraxá
O Festival Literário de Araxá foi criado em 2012 pelo jornalista e empreendedor cultural Afonso Borges, diretor-presidente da Associação Cultural Sempre um Papo. Esta 10ª edição do Festival ocorre em formato híbrido, digital e presencial, em diversos locais da cidade: Grande Hotel, Teatro Municipal Maximiliano Rocha, Parque do Cristo, Fundação Cultural Calmon Barreto, praças e escolas de bairros periféricos.
O 10.º Fliaraxá é apresentado com exclusividade pelo Ministério do Turismo e pela CBMM, com o patrocínio da Cemig e do Itaú e apoio da Rede Mater Dei de Saúde, Grupo Zema, Prefeitura Municipal de Araxá, Fundação Cultural Calmon Barreto, Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Turismo e Inovação Tecnológica, Cufa – Central Única de Favelas de Araxá –, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.
Serviço:
10.º Festival Literário de Araxá – Fliaraxá
De 11 a 15 de maio, de quarta-feira a domingo
Tema: “Abolição, Independência e Literatura”
Formato híbrido – transmissão em tempo real pelas plataformas do festival: Youtube e Facebook do @fliaraxa
Locais: Grande Hotel, Teatro Municipal Maximiliano Rocha, Parque do Cristo, Fundação Cultural Calmon Barreto, em praças e escolas de bairros mais afastados do Centro
Informações para a Imprensa:
Jozane Faleiro | 31 99204-6367 | jozane@sempreumpapo.com.br