
O lançamento do livro “Histórias de pescador” emocionou o público na manhã de hoje (3/10), no 13.º Fliaraxá, em uma conversa mediada pela professora Celeste, que há 40 anos leciona no Uniaraxá
No fim da manhã, Celeste abriu a mesa contando que seu amor pela leitura é o que a faz participar do Festival desde a primeira edição. Convidou então o professor José Oscar, autor da obra, que aprendeu com o pai a amar a pescaria. Formado em contabilidade e engenharia de produção, José é professor do Uniaraxá desde 1997 e agora estreia como escritor.
Segundo o autor, a obra tem sintonia direta com o tema do festival, já que a pescaria sempre remete a viagens, caminhos e descobertas. “A pescaria me acompanha desde a infância. Quem foi criado em ambiente rural sabe que faz parte do lazer, e meu pai sempre nos incentivou. O fato de registrar as histórias de pescarias surgiu da companhia com o meu pai”, contou.
A inspiração para o livro veio de uma leitura casual. “Um dia eu estava lendo o jornal Integração e pensei que, ao escrever, eu queria que o leitor imaginasse aquilo que eu estava escrevendo”, relatou. Para dar forma a essa imaginação, as ilustrações foram confiadas a Leo Calixto, que não conversou previamente com o autor. O processo foi intencional: Leo leu os textos e traduziu em imagens o que sentiu. “Quero citar que uma das ilustrações eu fiz em homenagem ao seu pai. Achei a história tão linda que a primeira imagem que me veio foi relatar ele”, revelou.
As histórias também nasceram de vivências com um grupo de pescaria que se formou em 2007, após um convite para conhecer o Parque do Xingu. “Montei uma turma para a pescaria e, em pouco tempo, éramos dez. Para chegar ao local, gastamos 40 horas de viagem. Foi assim que surgiu o grupo ‘Para que céu’, também presente no livro”, contou José.
Entre as lembranças, ele narrou momentos de contato intenso com a natureza, como a viagem ao Poço do Servo, no Pantanal. “O sol ainda estava nascendo, às 5h30, e navegamos por uma hora até chegar. Ficamos admirando a natureza. Esse encontro rendeu uma história”, recordou.
Mais do que os peixes, José defende que a pescaria é feita de convivência e memórias. “Quando somos jovens, achamos que a pescaria só é boa quando pegamos muitos peixes. Mas, com o tempo, entendemos que não é isso. É sobre a natureza, as pessoas que estão com você, a conversa, o truco, os lanches preparados pela minha mãe. Isso tudo também é pescaria”, disse emocionado.
Ao fim, o público participou com intervenções, reforçando que o livro vai além das histórias de pescaria. “Sua pescaria foi muito além de peixes. Foi uma pescaria que pescou pessoas e fez amizades que transcenderam sua vida profissional e pessoal”, disse um participante, arrancando aplausos para o autor.
Sobre o 13.º Fliaraxá
O 13.º Fliaraxá ocorre de 1.º a 5 de outubro, no Teatro CBMM do Centro Cultural Uniaraxá. O evento acontece em mesas de conversa com escritores, lançamentos de livros, prêmio de redação, atividades para as crianças, apresentações musicais, entre outras. Todas as atividades do Festival são gratuitas.
Há 13 anos, a CBMM apresenta o Festival Literário Internacional de Araxá – Fliaraxá –, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com a parceria da Bem Brasil e o apoio cultural do Centro Cultural Uniaraxá, da TV Integração e da Academia Araxaense de Letras.
Serviço:
13.º Festival Literário Internacional de Araxá – Fliaraxá
De 1.º a 5 de outubro, quarta-feira a domingo
Local: programação presencial no Teatro CBMM do Centro Cultural Uniaraxá (Av. Ministro Olavo Drummond, 15 – São Geraldo), e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook @fliaraxa
Entrada gratuita