O escritor mineiro Agripa Vasconcelos é o Patrono da 13ª edição do Festival Literário Internacional de Araxá. Imortal da Academia Mineira de Letras (AML), ele é autor de prestigiados romances históricos como “A Vida em Flor de Dona Beja”, que retrata a vida da célebre moradora de Araxá. Mara Vasconcelos e o presidente da Academia Araxaense de Letras, César Campos, conversarão a respeito de Vasconcelos às 19h do dia 2 de outubro, quinta-feira, no auditório do Biblioteca do Centro Cultural Uniaraxá.

Um pouco da trajetória de Agripa Vasconcelos

Nascido em 1896, na cidade de Matozinhos, no interior de Minas, Agripa Ulysses de Vasconcellos se mudou ainda pequeno para Sete Lagoas, onde fez o curso primário. Ele continuou seus estudos no Instituto Granbery, de Juiz de Fora e, seguindo os caminhos de seu pai, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Lá ele se formou em 1920, ano em que também publicou seu primeiro livro de poemas, “Silêncio”. Esse livro foi sua porta de entrada para a Academia Mineira de Letras, em 1921. Dessa forma, aos 25 anos, Agripa Vasconcelos ocupou a cadeira nº 3 – cujo patrono é Aureliano Lessa -, e até hoje carrega o título de mais jovem escritor a se tornar imortal da AML.

Agripa se dedicou à Medicina e à Literatura em paralelo durante toda a sua vida, porque eram as suas grandes paixões. Além da poesia, ele escreveu diversos livros de prosa, ensaios, artigos científicos e até mesmo uma obra infantil, que dedicou aos seus netos. Agripa Vasconcelos faleceu em 1969, em Belo Horizonte.

Obra literária

A obra mais consagrada de Agripa Vasconcelos é a “Saga do País das Gerais”, uma coleção de seis romances históricos que retratam diferentes personagens, lugares e períodos da história de Minas Gerais. “A Vida em Flor de Dona Beja”, por exemplo, une ficção e história ao apresentar a trajetória de Ana Jacinta de São José, mais conhecida como Dona Beja, que morou em Araxá no século XIX e se tornou célebre por sua beleza, influência social e atitudes liberais e polêmicas.

As narrativas de Agripa, que misturam fé, lenda, amor e sofrimento, receberam até mesmo adaptações para a televisão. “A Vida em Flor de Dona Beja” e “Chica que Manda” deram origem às telenovelas Dona Beija (1986) e Xica da Silva (1996), exibidas pela TV Manchete. Além destes, a “Saga do País das Gerais” é composta pelos livros “Sinhá Braba”; “São Chico”; “Fome em Canaã” e “Gongo Soco”.

Agripa Vasconcelos recebeu diversos reconhecimentos por sua obra literária, como o Prêmio Olavo Bilac (1949), com o livro de poesias “Suor de Sangue”, e o Prêmio Monteiro Lobato (1963), com o “As Diabruras da Comadre Raposa”, concedidos pela Academia Brasileira de Letras. Seus livros deixam uma marca significativa na história de Minas Gerais e seu legado ainda é preservado pelos leitores que apreciam seus romances.

Sobre o 13.º Fliaraxá

O 13.º Fliaraxá acontece no Teatro CBMM do Centro Cultural Uniaraxá, e conta com mesas de conversa com escritores, lançamentos de livros, prêmio de redação, atividades para as crianças, apresentações musicais, entre outros. Todas as atividades do festival são gratuitas.

Há 13 anos, a CBMM apresenta o Fliaraxá – Festival Literário Internacional de Araxá, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com a parceria da Bem Brasil e apoio cultural Centro Cultural Uniaraxá, TV Integração e Academia Araxaense de Letras.

 

Serviço:

13.º Festival Literário Internacional de Araxá – Fliaraxá
De 1 a 5 de outubro, de quarta-feira a domingo
Local: programação presencial no Teatro CBMM do Centro Cultural Uniaraxá (Av. Ministro Olavo Drummond, 15 – São Geraldo), e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @‌fliaraxa
Entrada gratuita