Por Letícia Finamore

Em uma mesa de discussão na qual diversidade de pensamento e experiências pessoais foram o centro de tudo, o fotógrafo Eugênio Sávio, a jornalista Bianca Santana e o escritor Stefano Volp  reuniram-se na tarde do dia 22 de junho, quarto dia do 12.º Fliaraxá, para tratarem sobre diferentes temas que perpassam as jornadas dos três convidados. Logo no início da palestra, os três perceberam algo em comum: todos são jornalistas, uma coincidência que é refletida em suas respectivas áreas de atuação.

A conversa, que navegou por tópicos, como o início da antropologia e da ciência moderna, a separação entre o “eu” e o “outro”, alfabetização e novos mundos, foi costurada pela leitura de trechos das obras de Bianca Santana e Stefano Volp e pela apresentação das experiências pessoais e profissionais dos três convidados. Dando sequência ao encontro dos três jornalistas, Stefano Volp trouxe à mesa a influência de em sua alfabetização e, consequentemente, em sua formação e visão de mundo.

A palestra também abordou questões de vida, morte e racialidade, com todos os três palestrantes trazendo suas perspectivas sobre como essas experiências são vividas e representadas nas suas respectivas áreas. Bianca Santana foi simbólica ao usar como pulseira uma bandana com os dizeres “Legalizar o Aborto”. A escritora falou sobre o impacto da violência racial e como a mídia pode ser tanto um agente de perpetuação quanto de resistência a essas injustiças, e como o assassinato da ativista Marielle Franco, em 2018, mudou seus caminhos profissionais. Como em um efeito borboleta, o luto vivido pela escritora culminou em um caminho que a levou a escrever a biografia de Sueli Carneiro que, assim como Marielle Franco, é uma ativista negra.

Por sua vez, o fotógrafo Eugênio Sávio trouxe à discussão a construção do conhecimento sobre o “outro”. Ele destacou como a fotografia tem o poder de desafiar essas narrativas ao humanizar e dar voz às pessoas retratadas, e ainda questiona quais são as transformações desejadas para o futuro: “Que mundo é esse que a gente quer olhar?” Indo além, Sávio completou que é importante dispor da alteridade e olhar para o “outro”, mas que esse “outro” não diz respeito apenas a pessoas, mas também a sentimentos, ambientes, natureza e seres vivos.

Sobre o Fliaraxá

A CBMM apresenta, há 12 anos, o Festival Literário Internacional de Araxá, um festival literário com atividades acessíveis, inclusivas, antirracistas, éticas, educativas e em equilíbrio com a diversidade, economia criativa, raça, gênero e pessoas com deficiência. Toda a programação é gratuita, garantindo a democratização do acesso. O Fliaraxá tem, também, o patrocínio do Itaú, da Cemig e do Bem Brasil, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Participam, na qualidade de apoio cultural, a Prefeitura de Araxá, a Fundação Cultural Calmon Barreto, a TV Integração, a Embaixada Francesa no Brasil, o Institut Français e a Academia Araxaense de Letras. Todas as atividades do Festival são gratuitas, com a curadoria nacional de Afonso Borges, Tom Farias e Sérgio Abranches e curadoria local de Rafael Nolli, Luiz Humberto França e Carlos Vinícius Santos da Silva.

Serviço

12.º Festival Literário Internacional de Araxá – Fliaraxá
De 19 a 23 de junho de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Programação presencial na Fundação Cultural Calmon Barreto (Praça Artur Bernardes, 10 – Centro), e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @‌fliaraxa
Entrada gratuita
Informações para a imprensa: imprensa@fliaraxa.com.br
Jozane Faleiro  – 31 99204-6367/ Letícia Finamore – 31 98252-2002