Por Letícia Finamore
Contação de histórias, saraus de escritores, fantoches e encontros com escritores marcaram a programação infantojuvenil do último dia do 12.º Fliaraxá. Voltado majoritariamente ao público mais jovem, o cronograma do domingo contempla atividades para crianças e adolescentes. Neste ano, o encerramento teve a presença de Denise Arantes, que realizou uma contação de histórias para adultos. Os escritores Alessandra Roscoe, Cristina Agostinho, Leo Cunha, Giba Pedroza, Marina Bastos e Tino Freitas fizeram um sarau e, logo em seguida, Ana Clara homenageou o patrono da décima segunda edição do Festival, Ziraldo, em uma sessão de contação de histórias de “Flicts”, livro do cartunista. A contação de histórias continuou com o Grupo Semeando Histórias, Tecendo Leitores e, em seguida, a escritora Geni Núñez subiu ao palco para participar de um bate-papo com Rafael Nolli, escritor infantojuvenil.
Embora a conversa tenha sido voltada para o público jovem, a ocasião contemplou temas muito caros à sociedade atual, como questões identitárias indígenas, a mudança de paradigmas em relação a essa e outras parcelas sociais, e refletiu sobre o que considera “descolonizar afetos”, referenciando seu livro “Descolonizando afetos”. Dessa forma, Geni trouxe à tona o fato de como a sociedade colonialista, remontando à chegada dos portugueses ao Brasil, oprime mulheres, negros e indígenas, refletindo, de tal forma, o contexto colonialista que permeia o País.
Por se tratar de um encontro com o público infantojuvenil, Núñez falou sobre seu livro “Jaxy Jatere”, publicado em 2023, que conta a história do Saci Pererê Guarani, pertencente ao mesmo povo que a escritora. Segundo ela, a história do Saci ficou cristalizada como sendo a apresentada pelo escritor Monteiro Lobato e que, no entanto, a caracterização dessa personagem contém denominações racistas. Dessa forma, Geni Núñez caracteriza o Saci Guarani como sendo Jaxy Jatere, um ser miúdo que mora na floresta, adora se divertir à noite e protege a floresta com suas habilidades espertas.
Ao fim da conversa, Rafael Nolli permaneceu no palco para receber a escritora Bel Brunacci, que falou sobre o tema “Literatura para jovens”, encerrando o último dia do 12.º Fliaraxá.
Sobre o Fliaraxá
A CBMM apresenta, há 12 anos, o Festival Literário Internacional de Araxá, um festival literário com atividades acessíveis, inclusivas, antirracistas, éticas, educativas e em equilíbrio com a diversidade, economia criativa, raça, gênero e pessoas com deficiência. Toda a programação é gratuita, garantindo a democratização do acesso. O Fliaraxá tem, também, o patrocínio do Itaú, da Cemig e do Bem Brasil, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura. Participam, na qualidade de apoio cultural, a Prefeitura de Araxá, a Fundação Cultural Calmon Barreto, a TV Integração, a Embaixada Francesa no Brasil, o Institut Français e a Academia Araxaense de Letras. Todas as atividades do Festival são gratuitas, com a curadoria nacional de Afonso Borges, Tom Farias e Sérgio Abranches e curadoria local de Rafael Nolli, Luiz Humberto França e Carlos Vinícius Santos da Silva.
Serviço
12.º Festival Literário Internacional de Araxá – Fliaraxá
De 19 a 23 de junho de 2024, de quarta-feira a domingo
Local: Programação presencial na Fundação Cultural Calmon Barreto (Praça Artur Bernardes, 10 – Centro), e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @fliaraxa
Entrada gratuita
Informações para a imprensa: imprensa@fliaraxa.com.br
Jozane Faleiro – 31 99204-6367/ Letícia Finamore – 31 98252-2002